Acordei um pouco tarde, cansada da noite de ontem, tomei um banho, fiz minha higiene e fui tomar café.
- Bom dia – disse triste e desanimada para as cadeiras vazias da cozinha. Como sempre meus pais já haviam saído para trabalhar e eu estava sozinha em casa, aproveitei e coloquei um CD de musicas ‘dance’ tomei meu café-da-manhã e esperei dar o horário de ir para a escola.
Dez minutos depois, eu estava saindo de casa e ouvi um carro buzinando, olhei para trás e vi o carro de Chris, o inconfundível carro importado preto com vidros escuros, as janelas da frente estavam abertas, sinal de que não havia ninguém no banco de trás.
- Bom dia, o que estão fazendo aqui tão cedo? – perguntei, Meg estava no banco do carona sorridente como sempre.
- Bom dia, quer uma carona? – perguntou Chris sorrindo educadamente.
- Não precisa, vou andando mesmo – eu queria uma carona, mas não gosto de aceitar de primeira.
- Vamos – pediu Meg com cara de cachorro pidão.
- Tá bom – eu revirei os olhos e quando abri a porta do carro me deparei com Kyle.
- Kyle? – disse surpresa.
- Bom dia Marie Anne – falou sorrindo.
- Nós o encontramos no caminho – disse Chris.
- E oferecemos uma carona também – completou Meg.
Todos estavam sorridentes, o clima no carro estava ótimo. Mas tinha algo errado e eu iria descobrir, não agora, depois.
- Ah, Marie Anne eu vou começar a trabalhar hoje na padaria lá da esquina – disse Kyle animado.
- Nossa que bom – respondi, fazia um tempo que Kyle procurava um emprego para ajudar os pais.
- Eles estão precisando de mais alguém pra ajudar, e eu pensei em te recomendar.
- Seria ótimo, mas não posso – Kyle se entristeceu ao ouvir minhas palavras – você sabe como são meus pais, não gostam de deixar a casa sozinha, mas não se importam de me deixar sozinha.
- É uma pena – ele estava decepcionado, mas ele me entendia.
- Vocês estão tão quietos – disse quebrando o silencio que se formou e Meg riu.
- Você só sabe rir né Meg? - perguntou Kyle rindo também.
- Pois é, melhor rir que chorar – respondeu Meg.
- Chegamos – disse Chris.
Saímos do carro e fomos em direção a escola.
- Anne nós temos que ir a secretaria antes de ir para a sala – disse Kyle quando entramos no pátio principal da escola.
- Ok, tchau Chris, tchau Meg – disse.
- Tchau – responderam em coro.
Ao entrarmos na secretaria havia um grupo de novos alunos e um deles me chamou a atenção.
- Suzana? – perguntei surpresa e apreensiva me aproximando de uma menina morena de cabelos compridos e cacheados.
- Marie Anne ! – era ela mesmo, minha melhor amiga, ela morava em Phoenix a alguns km daqui.
- Suzi amiga, o que você esta fazendo aqui em Scottsdale? – perguntei abraçando-a.
- Amiga, eu to morando aqui.
- O que? Seus pais se mudaram e eu não to sabendo? – disse um pouco chateada.
- Não amiga, vem cá – disse me puxando para um canto meio isolado.
- Eu fugi de casa Anne – disse seria.
- Serio mesmo? – perguntei preocupada.
- Sim.
- Porque você fez isso Suzi?
- Eu não agüentava mais Anne, meu pai está bebendo cada vez mais e batendo na minha mãe, e ela começou a beber também, eles brigam o dia inteiro. Eu estava dormindo na casa da vizinha, ela que me ajudou a comprar a passagem e talz – desabafou Suzi.
- Oh meu Deus, Suzi.
- Pois é – disse ela quase chorando.
- Suzi, se lembre ”Garotas grandes não choram” – falamos em coro a famosa frase.
- É eu sei – respondeu, lágrimas saíram de seus olhos. Apesar de tudo ela amava os pais, ela tentava esconder, mas não conseguia.
- Se recomponha, Suzana. Vamos enxugar essas lagrimas, é seu primeiro dia de aula aqui – disse reconfortando-a, ela limpou o rosto com um pano.
- Obrigada Anne – disse Suzi já recomposta – não sei o que faria sem você.
- Oh, Suzi de nada – e a abracei
- Err, desculpa interromper vocês, mas a diretora esta te esperando Anne – disse Kyle
- Ah, certo.
- Marie Anne, esses são os novos alunos de quem lhe falei – disse a diretora Clark, e os alunos se levantaram.
- Diana Lefebvre, 1 ano – disse apontando para uma menina morena baixa de cabelos lisos, parecia uma índia.
- Marcos Lefebvre, 2 ano, irmão de Diana – um rapaz alto moreno também parecia um índio.
- Gustavo Portman, 1 ano – loiro de olhos verdes com cara de menino.
- Luisa Gusmão, 2 ano – loira alta com cara de enfezada.
- E Suzana Bouvier que você já conhece, 2 ano – minha amiga riu com a observação da diretora.
- Agora que vocês já foram apresentados podem ir para suas salas, o sinal ira bater logo. No intervalo você mostrará a escola a eles Marie Anne – concluiu a diretora e saiu da sala.
sábado, 19 de setembro de 2009
Capitulo 6 – Surpresas
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