Comecei a ouvir um bip perto de mim e um cheiro de éter que me tomou e me deixou mais tonta do que já estava, eu abri meus olhos vagarosamente e me deparei com o teto branco, olhei para os lados e haviam vários aparelhos piscando e 'bipando', do meu lado direito havia também uma cadeira e alguém sentado nela, dormindo. Eu estava em um hospital, obvio, mas por quê? Eu não me lembro.
Após alguns segundos uma moça alta, morena, de cabelos cor de mel, entrou e logo depois dela um homem alto um pouco calvo, ambos ao me verem ficaram com uma expressão de alivio.
- Filha que bom que você acordou – disse a moça me abraçando, eu a encarei assustada.
- Quem é você? – perguntei com olhos arregalados.
- Deixe de brincadeira Anne – disse o homem calvo.
- Eu não conheço os senhores
- Anne, somos seus pais – disse a mulher com um tom preocupado, olhando para o homem ao seu lado.
- E-eu não conheço vocês. – disse ficando assustada.
- Ela deve ter sofrido algum dano cerebral na hora do acidente e ...
- Acidente? – perguntei cortando, sem pensar, o homem.
- Você não se lembra de nada querida? – perguntou a mulher com um olhar de piedade e pesar.
- Não.
- Bem, você estava atravessando a rua enquanto ia para casa e um carro desgovernado veio na contra-mao e te atropelou, Kyle seu amigo viu tudo e chamou a ambulância.
Enquanto aquele senhor falava, eu começava a me lembrar do que aconteceu, e senti um dor terrível na perna e nos braços. Eu fiz uma careta e os dois ao meu lado fizeram uma cara de tristeza.
- É melhor irmos embora, você precisa descansar – disse o homem.
- Esperem, quem aquele cara? – eu perguntei apontando para o rapaz dormindo na cadeira.
- Ele é Kyle Riping, um amigo de ouro, não saiu de perto de você nem um segundo, Anne – disse a mulher com admiração.
- Há quanto tempo estou aqui?
- Há algumas horas – respondeu a mulher.
Tentei me ajeitar na cama e minha cabeça começou a doer, fiz outra careta.
- Você precisa realmente descansar – disse o homem atenciosamente.
- É verdade, melhoras – disse a mulher e se viraram para sair do quarto.
- Mais uma coisa
- Diga – disse a mulher sorrindo
- Eu ainda não sei o nome de vocês.
- Eu me chamo Peter Suey, e a propósito sou seu medico. – disse sorridente
- Kate Suey, sou advogada, pronto agora?
- Sim, obrigada
- Não precisa agradecer – disse Kate beijando minha testa
- Vamos – disse Peter piscando pra mim e saindo do quarto.
Logo após eles saírem uma enfermeira entrou.
- Sou a enfermeira Jones, vou estar sempre por aqui, qualquer coisa é só me chamar – disse apontando para um botão branco do lado da cama.
- Ok – respondi e ela me injetou um remédio.
Eu adormeci rapidamente e por tempo indeterminado, quando acordei vi o rapaz que anteriormente dormia na cadeira, sentado ao lado da minha cama. Ele era muito bonito não podia negar, tinha cabelos bronze cacheados, olhos escuros e curiosos que pareciam dois poços te convidando a cair neles.
- Boa noite Anne – disse sorrindo timidamente.
- Já é noite? –perguntei mais uma vez tonta.
- Sim – disse sorrindo, seu sorriso era um dos mais bonitos que já havia visto.
- Quem é você?
- Sou Kyle Riping, seu amigo – disse um pouco confuso.
- Desculpa, mas eu não me lembro de você – disse e vi a frustração passar por seu rosto e logo foi substituída pela compreensão.
- É eu sei, seus pais me falaram
- Licença, desculpa interromper, mas tem uma moça que quer muito falar com a Srta. Suey – disse a enfermeira Jones entrando no quarto.
- Não precisa falar com ela se não quiser – disse Kyle muito atencioso.
- Pode deixar ela entrar, talvez quanto mais pessoas eu ver, mais eu me lembre.
- Eu queria que você se lembrasse de mim – sussurrou Kyle, tão baixo que nem parecia que tinha falado.
- O que você disse?
- Nada não.
- Vou pedir para ela entrar – disse a enfermeira saindo do quarto.
Poucos segundos depois entrou no quarto um menina de estatura media de cabelos loiros e lisos no meio das costas.
- Ola Anne, esta melhor? – perguntou se posicionando ao lado da minha cama.
- Estou sim – respondi um pouco mais disposta.
- Você se lembra de mim? – perguntou esperançosa.
Eu vasculhei pela minha mente fraca e confusa alguma lembrança daquela menina e com surpresa eu sabia quem ela era.
- Suzana?
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Capitulo 8 – Onde estão minhas memórias?
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